Acabei de assistir a um filme sobre o famoso caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. Um lugar que independente de religião, mexe com as pessoas, com suas crenças, suas vidas e com a fé humana. As pessoas vão até lá em busca de algo que está fora do nosso cotidiano, como uma espécie local mágico, místico e que ao final, torna-se um carimbo de esforço e dedicação. Alguns fazem o caminho de uma forma muito dolorosa, com muita dor. Outros se permitem um pouco mais de qualidade. Mas ainda assim, todos que terminam o caminho, sentem-se exaustos fisicamente, mas extremamente compensados espiritualmente. Confesso que a idéia deste caminho me atrai, mas ainda não tive a oportunidade de realiza-lo.
Mas ao terminar o filme, o que me fez ficar pensando e vir aqui escrever este texto não é exatamente o histórico caminho de Santiago de Compostela, e sim os movimentos que o ser humano faz para se sentir em contato com Deus, em contato com seus desejos e com suas culpas.
Vivemos em um dia a dia que não nos cabe um contato efetivo com nossos desejos mais íntimos, que não nos permite criar os laços afetivos que gostaríamos de ter e que não nos permite relações suficientemente transparentes e equilibradas para que possamos resolver nossas culpas, nossos medos e anseios. No meio desta realidade, nos apegamos em números, cartas de tarô, horóscopos, religiões e amuletos da sorte para que tenhamos uma sensação de preenchimento e crença por coisas que não conhecemos e por isto, não definimos. A fé é misteriosa e intangível. O importante não é onde nos agarramos, e sim o resultado que isto nos gera.
Já frequentei diversas religiões e até hoje não sigo nenhuma delas. Levo comigo um pouco de cada uma, aquilo que fez (e faz) algum sentido para mim. Acredito que independente de qual religião, prática, crença, regras e rituais, o que não podemos negar é que uma energia nos move, nos une, nos comove e nos ajuda. A energia está em mim, em você, e em tudo aquilo que planejamos e executamos. O caminho que escolheremos para concretizar sonhos e resolver inquietações é particular, mas o que não podemos deixar de fazer nesta vida, é entender que estamos vivos. E se estamos vivos, é porque devemos continuar caminhando, aprendendo e evoluindo. Ter a esperança como energia, as metas como músculos e a paixão como alimento. Se para isto, o caminho de Santiago de Compostela faz sentido, ótimo. Organize seu tempo, suas finanças e sua saúde e se prepare para fazer. Se para outros, este caminho é mais perto, mais simples e mais curto, não importa, faça. O importante é nos sentirmos melhor e não acumularmos "dívidas" sem prazo para serem quitadas. A pior dívida é aquela que fazemos conosco mesmo.
2 comentários:
Olá Gabriel,
Gostei muito de seu texto.
Um grande abraço!
Giovanni Jardim
Ex-colega da Claro
Olá Giovanni,
Quanto tempo!
Que prazer te ter como leitor! Fico feliz com a "visita" e que tenha gostado do texto. Mande notícias!
Me passe seus dados e vamos manter contato!
Forte abraço!
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