quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Alta insatisfação. O que fazer?



Recentemente foi divulgada uma pesquisa realizada pela Betania Tanure com mil executivos entre as 500 maiores empresas do Brasil para saber o seu grau de satisfação com suas vidas.
Os números são chocantes, pelo menos para mim que trabalho com a capacidade de sermos felizes.
Destes executivos, 75% declaram insatisfeitos com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e destes, 40% ainda acham que vai piorar já nos próximos meses.
Entre as executivas mulheres com filhos, este número de insatisfação cresce para 91%.
Outro número interessante de ser observado se refere ao fato de que 95% destes executivos tem consciência que seu cônjuge está insatisfeito com este mesmo equilíbrio.
No sentido das férias, 30% não tira há mais de 3 anos, e o tempo médio de férias, por ano, para estes executivos é de 10 dias.
Todos estes números, se comparados à 2006, cresceram muito nestes últimos seis anos, o que dá uma idéia prévia de que, em busca do sucesso profissional, estamos a cada ano piores na busca do sentido e do equilíbrio da vida.
O interessante é ver que estes mesmos executivos pesquisados entendem que a vida é isso mesmo. Respondem à pesquisa como reféns de um modelo reconhecido que não traz a felicidade.
Com frequencia, a pergunta que é usada em um processo de Coaching é: o que faremos com isto? E na minha opinião, não vejo nenhum movimento significativo para que isto mude.
Posso sim acreditar é que irá crescer o mercado da saúde, lotando consultórios médicos, de psicólogos e pela busca de Coaching, como uma espécie de pílula para ser feliz.
Resolvi fazer uma pequena tabulação entre os meus clientes, e constatei, na minha análise, de que 94% destes clientes queixam da sua vida profissional, reconhecendo um alto impacto na satisfação pessoal.
Me parece que na busca por ter sucesso e dinheiro, esquecemos de focar aquilo que realmente nos faz feliz. E desta forma, aceitamos modelos sem limites para trabalhar acreditando ser mesmo a única saída.
Outra pergunta que me faço é: Como estes executivos de hoje mostrarão para os seus filhos que é possível ser feliz com o trabalho? E com criança, não basta falar, tem que mostrar para que ela sinta. Me parece lógico que estas crianças façam a associação de que trabalhar traga consequencias ruins.
É um assunto longo, profundo e complexo. Porém, o mais paradoxal para mim é o fato de que os executivos que reclamam são exatamente os mesmos que entendem que não há nada para ser feito. São eles que passarão a mesma pressão, estresse e sobrecarga de trabalho para suas equipes.
Eu não tenho a resposta mágica do que pode ser feita. Cada um precisa encontrar a sua saída, até mesmo porque a felicidade é algo extremamente individual. Porém, sei que reclamar e não mudar, jamais levou e jamais levará a humanidade a algum lugar realmente satisfatório.

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