Ao contrário do que alguns pensam, o meu trabalho não é
necessariamente motivar as pessoas. Sou mais o tipo questionador. Quero
entender o que move as pessoas a agirem em prol de seus próprios conceitos do
que seja felicidade.
E nesta busca por uma vida equilibrada e que faça sentido,
me deparo com um modelo social no contrafluxo daquilo que percebo durante os
processos de Coaching de Vida.
Recentemente foi noticiado mais um caso de um pai (que
também ocorre com mães) que esqueceu seu próprio filho dentro do carro, e a
criança, infelizmente, não resistiu e faleceu.
Embora ainda chocante, este tipo de notícia não é mais
surpreendente.
Fico com pena destes pais, que realmente terão suas vidas
manchadas por toda a eternidade.
A pressão por trabalhar mais, produzir melhor, ser mais
rápido e ter mais para mostrar está nos afastando daquilo que realmente
importa.
Não defendo a idéia de formula da felicidade. Aprendi, como
Coach, que cada um tem o direito de estabalecer o que seja para si o seu
próprio conceito daquilo que gera felicidade. Porém, diante de um trabalho
intenso nas emoções, todas as pessoas que já passaram por mim reconhecem a importância
do afeto e de um bom convívio com as pessoas que amam como base para suas próprias
felicidades.
Mas os tempos modernos não nos permitem mais amar, no
sentido de cuidar. Isto é coisa do passado e não estamos disponíveis para
pensar nisto. Temos e-mails e reuniões mais importantes para acertar primeiro.
Temos um ambiente estressado que não abre espaço para um momento de
relaxamento. Não podemos tirar férias, porque isto já é quase vergonhoso. Não
podemos desligar o celular, pois alguém da empresa pode ligar.
Não podemos nem mesmo pensar nos nossos filhos. Não há mais
tempo!
E neste cenário, fica a pergunta: e no fim, quando realmente
não houver mais tempo, o tempo vivido terá valido a pena?
Um comentário:
Meu caro. Esse fato não passa despercebido por pessoas com um mínimo de amor. Minha situação de pai recente me leva a indagar: o que esse pai tinha que fazer que esqueceu seu filho? Não consigo imaginar qualquer situação onde eu possa esquecer de meu filho por um minuto sequer. Meu dia é pensando nele, como fazer par ele, como dar para ele as condições necessárias para que possa viver melhor e ser mais feliz do que eu. A outra parte do meu tempo passo pensando em como seria bom que ele pudesse ter um irmãozinho... Bom, será difícil desse pai se perdoar, tomara que ele consiga.
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