Meu texto de hoje é uma reflexão das relações entre as empresas. .Gerentes e diretores das organizações e seus parceiros.
Faz tempo que insisto em um dos valores-chave dentro das organizações deveria ser a paixão. Trabalho desde os meus 14 anos e nunca vi resultados significativos sem por trás uma equipe, pelo menos em sua maioria, apaixonada pela causa, pelo trabalho e pelos resultados. E quando falamos de prestação de serviços, isso passa a ser praticamente um mantra. Paixão aquela que quando acabamos um trabalho podemos olhar a trajetória e reconhecer que valeu a pena todos os esforços.
Entendo que paixão é um valor macro, acima de muitos outros e por isso dou tanta importância. Gosto de pensar na possibilidade de me apaixonar por tudo, por amigos, por pessoas, por trabalhos, por clientes, por dinheiro, por produtos, por marcas, por histórias... Paixão pelo simples fato de poder estar sentindo paixão. Quando se consegue isso, já está “embutido” uma série de outros atributos sem os quais não levariam a este estado. Não existe paixão sem respeito, sem diálogo, sem reconhecimento, sem desejo, sem esforço, sem qualidade. A paixão é exata, e ponto.
Porém, percebo que muitas vezes cobramos paixão sem gerar paixão, e este sentimento dura muito pouco se não for de mão dupla. Apenas um lado estar apaixonado é fogo de palha. E é sobre isto que quero refletir. Sobre a relação entre as empresas, que pouco permitem este estado de espírito tão importante nas suas negociações.
Se você atua na posição de contratante, de qualquer espécie, precisa antes de mais nada promover a paixão do seu negócio por estes contratados (seja parceiros ou colaboradores). Empresa que não permite uma relação mais livre entre as partes, que não entrega a sua parte de acordo com a lógica da empresa, que está mais preocupado em se livrar de problemas do que construir algo, que o bônus é sempre seu e o ônus sempre do contratado, infelizmente este cliente não sabe que, jamais, empresa alguma, dará resultados realmente importantes para o seu negócio. Não vai construir relacionamento e por conseqüência, não vai gerar paixão, intimidade, empatia. A relação poderá funcionar e gerar algum resultado, mas não será marcante para ninguém. Ficará acumulando poeira no portfólio e será apenas “mais uma” na história da marca. Uma pena, afinal, ninguém ganha. Vejo muitas empresas preocupadas em pagar cada vez menos pelo que recebem. Fico pensando: ou estão entregando muito mal e então está mais do que na hora de trocar de fornecedor ou colaborador, ou a empresa pensa que do outro lado tem uma equipe incapaz de se dar conta disto e que vai continuar entregando com a mesma paixão o trabalho que faz. A relação não deve ser assim. Parceiros organizacionais devem ser íntimos.
Marcas que querem cativar seus consumidores, precisam, antes de mais nada, cativar as mentes pensantes que gerem suas estratégias. Seduzir as pessoas envolvidas com este negócio é uma importante estratégia que todas as empresas deveriam pensar. Grandes líderes são sempre grandes sedutores. E isto sempre permitirá uma relação mais aberta.
Pode parecer poético, mas eu acredito. E o dia que o mercado acreditar mais nestas relações, sem jogos de poder e vaidades, irá agregar talentos, sonhos, desejos, entusiasmo e finalmente paixão. Tudo isto à serviço do crescimento do mercado.
Um comentário:
Muito verdadeiro tudo isso!
Maria Inês
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